terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

NA LUTA PELA SAÚDE O DIA DOS/DAS ENFERMOS/AS

Por Marcelo Barros

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Embora a cada ano a ONU consagre o sete de abril como “dia mundial da saúde”, já desde os anos 90 é em 11 de fevereiro, festa da Virgem de Lourdes, que a Igreja Católica comemora o “Dia mundial do enfermo”. Não é ruim que haja duas datas anuais em que possamos recordar que saúde não é luxo nem artigo de comércio. É direito humano universal e necessidade de primeira categoria. Em um mundo no qual mais de um bilhão de pessoas sofre de extrema pobreza, agravada desde o início deste século XXI, a fome se torna epidemia e a saúde se transforma em algo quase inalcançável.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como “o estado de completo bem-estar físico, psíquico, mental e social”. De acordo com essa compreensão, a saúde consiste não apenas em não estar doente, mas em alcançar um equilíbrio de vida sadia. As religiões antigas chamavam isso de salvação, no sentido de plenitude da vida e da graça divina em nossas vidas. A diferença entre uma pessoa santa e uma pessoa sana (sadia) é apenas um t. Isso não liga doença e pecado, culpa ou erro pessoal. Recorda que saúde plena é a realização total da vida. A tradição afro-brasileira denomina esta energia de Axé.
Se se aplicar rigidamente a definição da OMS, ninguém pode-se considerar com plena saúde. Todos estamos continuamente na luta para vencer alguma fragilidade do corpo e do espírito que atenta contra o que seria a saúde profunda. Somos todos/as mais ou menos doentes. A saúde é um ideal a ser buscado cada dia.
No mundo moderno, os Estados assumiram que a saúde e sua proteção é direito humano. A sociedade tem obrigação de zelar pelo bem estar físico e psíquico de seus membros. Infelizmente, os governos de ideologia neoliberal decidiram diminuir ao máximo os encargos do Estado. O Banco Mundial defende que os investimentos na saúde têm dois tipos de serviço: os competitivos, passíveis de financiamento (por exemplo, campanhas de vacinação) e os discricionários, oferecidos à sociedade, de acordo com a capacidade de aquisição das pessoas. Isso significa que o cuidado com saúde tem de ser comprado. De fato, na maior parte dos países, como no Brasil atual, se multiplicam os planos privados. Vende-se saúde, como se fosse Coca-Cola.
A Constituição Brasileira estabelece que “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Depois de uma longa luta dos movimentos populares, a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), no início da década de 90, foi uma grande conquista da sociedade brasileira. Poucos anos depois, o governo de Fernando Henrique Cardoso aprovou um plano de terceirização da saúde que só não destruiu totalmente o SUS, porque os movimentos sociais e comunidades lutaram muito para denunciá-lo e para garantir as conquistas da Constituição. A partir daí, em muitos Estados, os governos entregam a administração de hospitais públicos e até do Sistema de Saúde a organizações privadas, denominadas de organizações sociais. Estas recebem hospitais e equipamentos públicos. O Estado investe e gasta, mas é o setor privado que administra e lucra. Mesmo neste sistema iníquo, veem-se sinais e testemunhos de generosidade humana, amor gratuito e doação por parte de médicos/as, enfermeiros/as e agentes de saúde. Entretanto, é claro que o sistema privado só cuida da saúde se tem lucros e benefícios, pois essa é a sua natureza.  Por isso, é importante que organizações da sociedade civil e de Igrejas se esforcem para chamar a atenção de todos para o cuidado com as pessoas doentes.
Neste onze de fevereiro de 2019, a Igreja Católica celebra o XXVII Dia mundial do Doente que será celebrado de modo especial em Calcutá na Índia. Para essa celebração, por conhecer essa realidade de um mundo que tende a transformar tudo, até a saúde, em mercadoria o papa Francisco propôs o tema evangélico “Recebestes de graça, dai de graça” (Mt 10, 8).
Na carta publicada pelo papa para esse dia, o papa insiste em denunciar “a cultura do descarte e da indiferença”. Para contrabalançar essa realidade, pede que se coloque “a generosidade gratuita como paradigma capaz de desafiar o individualismo e a fragmentação social dos nossos dias e para promover novos vínculos e formas de cooperação humana”. Escreve ainda: “O cuidado dos doentes precisa de profissionalismo e ternura, assim como de gestos gratuitos, imediatos e simples, como uma carícia, pelos quais fazemos sentir ao outro que nos é «querido».
No Brasil, atualmente, parece que muita gente prefere escolher o ódio e a violência como caminhos sociais e políticos. Certamente, isso adoece. O papa tem razão ao lembrar: Só o amor cura e dá saúde.

Disponível em:  http://portaldascebs.org.br/2019/02/11/na-luta-pela-saude-o-dia-dos-das-enfermos-as/?fbclid=IwAR11QiQB5kNiHKwIuKT62krTfph4Ue0pzuc07VSGixz9ZJLJpjEdkQW1Hbs




CHICO MENDES PERMANECERÁ NA HISTÓRIA E A RICARDO SALLES ESTÁ RESERVADA A LATA DE LIXO. POR ALTINO MACHADO

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Este sujeito da foto é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ao atuar em defesa de mineradoras, acabou sendo denunciado e condenado por improbidade administrativa. Teve os direitos políticos suspensos por três anos, além da proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Em entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, nesta segunda-feira (11), o defensor do relaxamento das leis ambientais do país confessou que nunca esteve na Amazônia e provou que sequer conhece a história do líder sindical e ambientalista Chico Mendes.
Resposta de Salles quando o jornalista Ricardo Lessa, apresentador do programa, quis saber sua opinião sobre o seringueiro de Xapuri (AC):
–– Eu não conheço o Chico Mendes. Escuto histórias de todos os lados. Dos ambientalistas mais ligados à esquerda, que o enaltecem. E das pessoas do agro que dizem que ele não era isso que contam. Dizem que usava os seringueiros pra se beneficiar.
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Lessa o questionou:
–– Se beneficiar do que? Ele é reconhecido pela ONU.
O idiota vomitou:
–– O que importa quem é Chico Mendes agora?
Ricardo Lessa é um dos grandes jornalistas deste país. Nos conhecemos em Rio Branco quando ele era repórter do Jornal do Brasil e veio para escrever sobre Chico Mendes após o assassinato.
A Chico Mendes conheci de verdade. Ele se destacou pela humildade, sabedoria, dignidade e total desprendimento em defesa da humanidade.
Chico Mendes permanecerá na História. A Ricardo Salles está reservada a lata de lixo da história.
.x.x.x.
Altino Machado, de Rio Branco, é jornalista e trabalhou em alguns dos maiores jornais do país.
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Disponível em:  https://www.diariodocentrodomundo.com.br/chico-mendes-permanecera-na-historia-e-a-ricardo-salles-esta-reservada-a-lata-de-lixo-por-altino-machado/?fbclid=IwAR3HmIW50PfXV32rN_F0V9RwqGnRUzJqEYYDeJM5RifVXEwd3KRbWtm4YrY



00:00/00:40Diário do Centro do Mundo

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

SOBRAL: VEREADOR É INVESTIGADO POR COBRAR DINHEIRO EM TROCA DE EMPREGO PÚBLICO


Delegacia Municipal instaurou inquérito e informou que as possíveis vítimas pagaram por um treinamento nunca realizado.


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O vereador de Sobral, Romário Araújo de Sousa, conhecido por Conselheiro Romário (Solidariedade), é investigado por estelionato apropriação indébita. A Polícia instaurou um inquérito em que o político é envolvido de prometer emprego público em troca de participação em um curso. Uma das vítimas, Daiane Paiva investiu em depósito bancário R$ 900 para a realização de um curso preparatório para o exercício da função. Depois disso, não conseguiu nem emprego nem contato com o vereador.
“Eu fiquei revoltada. Me senti enganada por uma pessoa em quem confiei, e que sabia da minha necessidade de estar empregada. Há muito tempo estou sem trabalho. Achei uma falta de respeito, até porque eu conheço o Romário, sei da trajetória dele antes de ser vereador”, disse Daiane, que teria sido abordada, no fim do ano passado, pelo vereador com a promessa de emprego na área de fiscalização institucional para prestação de serviço ao Governo do Estado.
Depois que ela fez o depósito, conforme a vítima, o vereador passou o contato do instituto onde o curso seria feito, mas nunca conseguiu sequer participar das aulas. Ela chegou a ser ressarcida. “A  pessoa que conversava comigo, uma mulher por nome Paula, sempre por meio de texto ou áudio, não apresentava nenhuma prova real da seriedade da matrícula. O Romário também passou a não atender às minhas ligações. Eu tive a confirmação que tudo poderia ser mentira, pelas redes sociais. Mesmo tendo recebido o dinheiro de volta, eu busquei a Delegacia Civil e fiz um Boletim de Ocorrência”.

Outra vítima da promessa de emprego, mas que não teve a mesma sorte de Daine, pois ainda não foi ressarcido dos R$ 900 que investiu em um curso preparatório, foi um auxiliar de enfermagem que prefere ter seu nome preservado. Ao rapaz também foi garantida a vaga de emprego na nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a ser inaugurada em Sobral. O auxiliar de enfermagem foi orientado a buscar uma clínica médica para obter um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). O documento jurídico é obrigatório para empresas e seus contratados, pois atesta as condições físicas e mentais de cada funcionário. “Na clínica, eu percebi a presença de muitas outras pessoas que estavam lá por orientação do Romário. Era muita gente. Até hoje não tive meu dinheiro de volta, e como o vereador não atende minhas ligações, estou em busca de meus direitos na Justiça”, explica o rapaz, que também prestou queixa na delegacia contra o vereador.
O assunto ganhou espaço nas rádios locais e nas redes sociais. O que fez muitas das vítimas se aproximarem umas das outras. Uma auxiliar administrativa que também prefere não revelar a identidade, se diz envolvida no caso de uma forma inesperada. A jovem, ex-amiga do vereador, cedeu sua conta poupança para futuros depósitos. “No início de dezembro passado, o Romário, que frequentava minha casa, pediu o meu cartão da conta emprestado para receber uns depósitos que, posteriormente, seriam transferidos para outra conta referente ao pagamento da pensão de um filho dele. Depois disso, ele nunca mais devolveu meu cartão, e não me dava respostas sobre o assunto. Eu só descobri toda essa situação depois que uma vítima dele, que me conhece, me procurou para falar sobre o depósito de R$ 1.500 feito na minha conta, referente ao pagamento de um curso. Eu cancelei o cartão e entrei como vítima de estelionato no inquérito policial.

Investigação


O responsável pela clínica onde os exames admissionais foram feitos também prefere manter em sigilo seu nome e o da empresa, mas relata que já havia prestado esse tipo de serviço ao vereador, atendendo a pessoas enviadas por ele, sem nenhum problema posterior. “Percebi que esse número mais que dobrou em novembro passado. Chegamos a atender cerca de 69 pessoas em busca do atestado. Nós ainda aguardamos o pagamento dos serviços, o que não foi feito. Já prestamos queixa à Polícia, e agora esperamos pelo resultado das investigações”, adianta. 
O delegado titular Márcio Luz, à frente dos trabalhos, instaurou inquérito sobre o caso e aguarda o depoimento de novas vítimas. “Já foram ouvidas algumas pessoas, abordadas pelo vereador com a promessa de emprego, e estamos com agendamento para ouvir outras possíveis vítimas. Quero ressaltar que, apesar da devolução do dinheiro, isso não exclui os crimes, possivelmente praticados pelo vereador, que são de apropriação indébita, pela utilização da conta bancária para depósitos, e estelionato. O prazo de conclusão do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado para mais”, adianta o delegado.

O caso foi levado à Câmara, na abertura dos trabalhos legislativos,segunda-feira (4), pelo vereador, Tiago Ramos (MDB), que colhe mais provas e aguarda o resultado da investigação policial. “O que temos de provas já dá para entrar com o pedido de afastamento do vereador. Além disso, muitas vítimas estão dispostas a ter seu dinheiro de volta e resolver essa questão. Também conversamos com o dono da clínica onde cerca de 61 exames ainda não foram pagos. Aguardamos que outras vítimas nos procurem”, afirmou o vereador, que apresentou as queixas das possíveis vítimas sem a presença de Romário, que faltou ao primeiro dia de sessão do ano. Procurado pela equipe de reportagem para falar sobre o caso, até o o momento o vereador Romário não atendeu às ligações.
Disponível em:   http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/online/vereador-e-investigado-por-cobrar-dinheiro-em-troca-de-emprego-publico-1.2060128?fbclid=IwAR0s73rgPiAaQe53QjhnSN5SDgv4xoRTRqo6-brwnrO575u2J5TL5UgJwgw




MULHERES DO PSOL NA CÂMARA APRESENTAM PROJETO ESCOLA SEM MORDAÇA



Nesta quarta-feira, 6, as mulheres do PSOL protocolaram seu primeiro projeto conjunto na Câmara: o Escola Sem Mordaça, que defende a liberdade e o pensamento crítico nas escolas.
O projeto atende aos âmbitos público e privado e defende as liberdades de ensino e aprendizagem, a gratuidade do ensino público, o pluralismo de ideias, a educação contra o preconceito, respeito pela liberdade religiosa e a pluralidade – assim como proíbe a censura dentro ou fora da sala de aula.
O projeto é, assim, um contraponto ao “Escola Sem Partido”, defendido como forma de censurar o ensino e atacar a liberdade de cátedra.
Ele é um projeto derivado do “Escola Livre”, apresentado por Jean Wyllys, com acréscimos e modificações da nova bancada – e é, também, uma homenagem ao deputado, que foi obrigado pelas ameaças que sofria a abandonar o país e seu mandato.
O PSOL acredita que, na conjuntura atual, a valorização do professor e a defesa da liberdade de cátedra são essenciais para combater os efeitos de nossa frágil democracia.

Disponível em:   http://psol50.org.br/mulheres-do-psol-na-camara-apresentam-projeto-escola-sem-mordaca/?fbclid=IwAR0sE-G0No38nhdbq2Ryj_6m1WcQY-QieWVGpobJTpQMyTKnnWC9xfY2yro

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

COMPROMISSO COM QUEM? SENADOR CID GOMES (PDT-CE) NÃO ASSINA ‘CPI DE BRUMADINHO’

Dos três senadores cearenses, apenas Girão (PODE) e Tasso (PSDB) assinaram o requerimento que investigará as causas da tragédia no Senado Federal.

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A CPI de Brumadinho, requerida no Senado Federal pelos senadores Carlos Viana (PHS), de Minas Gerais e Otto Alencar (PSD), da Bahia, deve ser instaurada nos próximos dias. “Nós vamos para cima da Vale, vamos para cima dessa irresponsabilidade,” diz Carlos Viana.

O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre,  declarou que vai instaurar a Comissão Parlamentar e determinar os trabalhos de investigação. A iniciativa já conta com a adesão de 30 senadores. Para a aprovação da proposta bastavam 27.

A instauração da ‘CPI de Brumadinho’ terá como alvo a bilionária mineradora brasileira ‘Vale’ e investigará as causas do rompimento que resultou na morte de mais de 150 pessoas e 260 desaparecidas. No Ceará, dos três senadores, apenas Cid Gomes (PDT) não assinou a CPI. Na Câmara dos Deputados a CPMI prevê um trabalho conjunto entre senadores e deputados. A CPI, por sua vez, só demanda trabalho na Câmara (ou no Senado). Segundo relatório, já existem assinaturas suficientes para a instauração.

Veja a lista dos 30 senadores que assinaram:

1- Carlos Viana (PSD-MG)
2 – Mailza Gomes (PP-AC)
3 – Roberto Rocha (PSDB-MA)
4 – Eliziane Gama (PPS-MA)
5 – Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
6 – Marcos Rogério (DEM-RO)
7 – Chico Rodrigues (DEM-RR)
8 – Tasso Jereissati (PSDB-CE)
9 – Plínio Valério (PSDB-AM)
10 – Jorge Kajuru (PSB-GO)
11 – Reguffe (sem partido-DF)
12 – Davi Alcolumbre (DEM-AP)
13 – Weverton Rocha (PDT-MA)
14 – Simone Tebet (MDB-MS)
15 – Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
16 – Jayme Campos (DEM-MT)
17 – Antonio Anastasia (PSDB-MG)
18 – Sergio Petecão(PSD-AC)
19 – Angelo Coronel (PSD-BA)
20 – Arolde de Oliveira (PSD-RJ)
21 – Lucas Barreto (PSD-AP)
22 – Irajá Abreu (PSD-TO)
23 – Nelsinho Trad (PSD-MS)
24 – Lasier Martins (PSD-RS)
25 – Omar Aziz (PSD-AM)
26 – Elmano Férrer (PODE-PI)
27 – Oriovisto Guimarães (PODE-PR)
28 – Eduardo Girão (PODE-CE)
29 – Selma Arruda (PSL-MT)
30 – Dário Berger (MDB-SC)

Disponível em:   http://revistaceara.com.br/senador-cid-gomes-pdt-ce-nao-assina-cpi-de-brumadinho/?fbclid=IwAR18ze2VBzjhF4oI-b70CLRX-ijHT0q-eeqNanY8sg1maxoH3ba3UfgR0Fk

SONEGAÇÃO, FALCATRUAS E RENÚNCIAS TIRAM MAIS DE R$ 85 BI DO INSS



A apropriação indébita dos patrões 
mostra um retrato gravíssimo de como a 
falta de fiscalização contribui para o 
rombo da Previdência, diz ex-ministro da 
Previdência.

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Previdência pública deve 
perder este ano cerca de R$ 
54,56 bilhões com renúncias 
previdenciárias



CUT – Enquanto o projeto do governo de Jair Bolsonaro (PSL) para endurecer as regras para os trabalhadores e trabalhadoras se aposentarem segue em ritmo acelerado, o combate à sonegação e falcatruas de empresas e a discussão sobre as renúncias previdenciárias andam a passos lentos.
Previdência pública deve perder este ano cerca de R$ 54,56 bilhões  com renúncias previdenciárias – desonerações de folha, exportação rural, filantropia e tributos de empresas pequenas e as optantes do Simples Nacional, que não recolhem 20% de contribuição ao INSS. Este valor é quase 12% maior do que os R$ 46,3 bilhões de renúncia previdenciária que o ilegítimo Michel Temer deu às empresas no ano passado.
O rombo nos cofres do INSS sobe para R$ 85,81 bilhões se somarmos as renúncias previdenciárias e a apropriação indébita. Por ano, os patrões descontam dos salários dos trabalhadores e trabalhadoras, mas não repassam ao caixa da Previdência, cerca de R$ 31,25 bilhões, segundo a CPI da Previdência
Para o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, a apropriação indébita dos patrões mostra um retrato gravíssimo de como a falta de fiscalização contribui para o rombo da Previdência.
"Se a empresa não recolhe a parte que é descontada dos funcionários, isto é crime. E este rombo pode ser muito maior porque a parte que cabe ao trabalhador é de 10% e a da empresa, 20%. Se ela não repassa nem a que recolheu, imagine a dela própria. Isto significa que só neste tipo de sonegação pode-se chegar a R$ 93 bilhões", calcula Gabas.
O ex-ministro diz ainda que as empresas que fazem essas falcatruas costumam reincidir no crime. "Além de não recolher o que devem, quando pagam as dívidas, pagam apenas metade. Se devem 100, recolhem 50. Se têm mil trabalhadores dizem que têm 600 e vai deixar de recolher sobre os demais 400", diz Gabas.
Para o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, é preciso que haja um mecanismo para que os trabalhadores possam acompanhar mensalmente se sua Previdência foi recolhida, ao contrário do que fez em janeiro passado o governo Bolsonaro que editou uma Medida Provisória restringindo o acesso de dados públicos
"Enquanto precisamos de mais transparência, Bolsonaro toma a medida lamentável de restringir o acesso aos dados públicos. Isto vai impedir a verificação das contas do governo, se os encargos e os benefícios previdenciários dos trabalhadores estão sendo pagos ou não".
E essa será uma das principais bandeiras do ato da CUT e demais centrais sindicais, no próximo dia 20, quando será realizada uma Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora em defesa da aposentadoria e da Previdência Social. Na ocasião, os sindicalistas deliberarão um plano de lutas unitário.


Fiscalização tem de ser aprimorada


O ex-ministro da Previdência lembra que a Receita Federal é o órgão responsável pela fiscalização da Previdência, mas é preciso melhorar a fiscalização e colocar a máquina pública para cobrar as contribuições em atraso.
 "Hoje há créditos previdenciários que ultrapassam os R$ 500 bilhões. Uma parte já foi parcelada, outra parte confessada a dívida, outra está em fase de questionamento judicial. Tudo isso demora muito a ser cobrado e para cobrar, precisa melhorar a legislação de cobrança, inclusive as dívidas tributárias".
"Em 2017, entre créditos previdenciários e tributários o valor ultrapassava R$ 2 trilhões e 400 bilhões", afirma Gabas.


Modelo de renúncia previdenciária precisa ser revisto


Tanto Gabas quanto Quintino acreditam que é preciso que o modelo de renúncia previdenciária seja revisto para que não se cometa injustiças, pois segundo eles, ela não é de todo mal aos trabalhadores.
"Muitas empresas que aderem ao Simples Nacional realmente precisam de incentivos fiscais, mesmo algumas filantrópicas, mas não é o caixa da Previdência que tem de pagar por esses incentivos", diz Gabas.
Os bilhões de renúncia fiscal comprovam cada vez mais que a reforma da Previdência se justifica menos, complementa Quintino Severo. Para ele, quem deve arcar com as renúncias fiscais é o Tesouro Nacional, e não o caixa da Previdência.
"A Previdência não tem nada a ver com essas decisões. Mesmo uma política pública importante e fundamental, como a aposentadoria dos rurais, deveria ser responsabilidade do Tesouro Nacional porque quando eles pagam impostos nenhum centavo vai para a Previdência, e sim para o caixa do Tesouro".


Filantropia


Gabas questiona ainda o modelo de filantropia, onde vários ministros decidem a quem dar renúncia, mas nenhum ministério assume o custo, repassam tudo para o INSS.
Ele explica que quem decide quais os hospitais que são filantrópicos é o Ministério da Saúde. Já no caso das universidades, quem decide é o Ministério da Educação.
“Ora, o Ministério da Saúde que coloque em seu orçamento o desconto que vai ter o hospital e o da Educação, as escolas. Não tem de colocar na conta da Previdência”, defende Gabas.
Quanto ao Simples Nacional, o ex-ministro reconhece sua importância para a economia, mas diz que é preciso que cada segmento seja responsável por sua renúncia fiscal e que os critérios sejam mais rigorosos ao se aprovar a renúncia de cada tipo de empresa.
"Se o pequeno produtor rural tem de pagar 2,1% de imposto de renda porque o latifundiário, grande exportador, tem de ser isento, não pode pagar nada de tributo como é o caso das máquinas agrícolas? Não tem sentido", questiona.
"Precisamos discutir essas questões antes de mexer na Previdência", diz Gabas.
Segundo ele, a Previdência tem desafios a ser enfrentados como o envelhecimento da população, mas é possível enfrentar isso sem desmontar o modelo atual de proteção previdenciário.


Disponível em:  https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2019/02/sonegacao-falcatruas-e-renuncias-previdenciarias-tiram-mais-de-r-85-bi-do-inss

APOSENTADOS TAMBÉM PERDEM COM PROPOSTAS DE BOLSONARO PARA PREVIDÊNCIA



"Reforma" da Previdência e medida 
provisória que trata da alteração dos 
benefícios podem também afetar direitos 
dos segurados.

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A Medida Provisória 871 poderá  inviabilizar o acesso à aposentadoria aos trabalhadores

São Paulo – Trabalhadores aposentados e demais beneficiários da Previdência Social também têm motivos para temer a proposta de "reforma" previdenciária que vem sendo preparada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). O alerta é da coordenadora de pesquisas do Dieese, Patrícia Pelatieri.
Nesta segunda-feira (4), um rascunho da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da seguridade social foi "vazada" e, entre os pontos, especialistas já afirmam que as regras são ainda mais duras aos trabalhadores, de modo geral, do que a proposta do governo anterior de Michel Temer.
Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, Patrícia aponta como um exemplo a revisão para baixo do valor dos benefícios pagos, e ressalta que outra preocupação dos aposentados também deveria ser a Medida Provisória (MP) 871 que, a pretexto de combater irregularidades, poderá violar direitos trabalhistas, suspender benefícios sob critérios ainda não divulgados de forma irregular, como afirma a coordenadora do Dieese. A MP deve receber até a próxima segunda (11), propostas de emendas.
"Olhando para o Brasil, nesse último período, o fato de ser inconstitucional ou ilegal não tem impedidos de que se façam as coisas, então vai ser preciso muita disposição para barrar essas maldades", pondera Patrícia.



Disponível em:  https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2019/02/aposentados-serao-prejudicados-com-propostas-de-bolsonaro-para-previdencia?fbclid=IwAR2yol5AKMViYAVhzGqkPAXbMctbp1pH8j5IkFUixNKkCkaz8tb5X-ML1Mk